quarta-feira, 24 de novembro de 2010

8- E Agora Descartes? ( 1a parte de 3)

"A Queda da Farra do Boi" , MAM-RJ/89

Por que a maioria das pessoas não pensa no animal como uma individualidade?

Nise da Silveira: Talvez por arrogância, talvez por influência da filosofia de Descartes, para quem o animal não possui razão nem sentimento... Jung foi um homem que levou a psique ao encontro da matéria. Se aproximou de algo em psicologia à (física de) Einstein. Uma coisa é considerar que matéria e espírito são um só. Outra é a visão cartesiana que considera matéria, o bicho, e o homem uma máquina que funciona isolada (do "bicho") com a razão no alto da cuca, comandando.

Dra Nise tinha uma gata chamada Cléo que dizia ser leviana e um gato chamado Mestre Onça que dizia ser um grande sábio. Dos gatos admirava a dignidade ao morrer, dos cães a capacidade de perdoar.
Captava a personalidade dos bichos assim como é comum fazermos com os homens e as mulheres.
Também não seremos capazes disso se questionarmos a crença cartesiana de que bicho é só matéria?

A mudança de uma crença pode alterar um olhar?

Existem crenças tão antigas que parecem até verdades absolutas.

A mudança de um olhar pode alterar uma crença?

NOTAS:
Ref.: "Nise da Silveira", Coleção Encontros, organizador Luiz Carlos Mello.
Foto: Mariza Almeida
Sobre "A Queda Farra do Boi" e Dra Nise da Silveira, ver postagem de setembro e as anteriores a essa de novembro de 2010.

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