Adoração do bezerro de ouro, por Nicolas Poussin (1594-1665)
O Bezerro de Ouro é o ídolo
que de acordo com a tradição judaico-cristã, foi criado por Aaron quando Moisés
havia subido o Monte Sinai para receber os mandamentos do Deus do povo de Israel. A demora de
quarenta dias e quarenta noites fez com que os israelitas que o esperavam
temessem terem sido abandonados.
Forçaram então Aaron a criar
um ídolo que os conduzissem de volta ao Egito, onde haviam sido escravos. Aaron coleta entre o povo seus brincos de ouro. Derrete o ouro e constrói a estátua de um touro
jovem que já no dia seguinte passa a receber celebrações e oferendas.
A atitude de adoração à estatua do bezerro gera raiva em
Moisés que quebra as tábuas de pedra com as leis de Deus e queima o Bezerro de
Ouro. Espalha o pó sobre a água e força os israelitas a beberem.
Volta ao Monte Sinai para receber uma nova inscrição na pedra com os Dez Mandamentos. Chama
então para si aqueles que estivessem dispostos a seguir a Torá.
O episódio, mencionada pela
primeira vez em Êxodo 32:4, é conhecido como "O Pecado do Bezerro".
Acredita-se que os hebreus reviveram no deserto a adoração ao touro num processo de assimilação e sincretismo, já que no Egito, de onde tinham vindo recentemente, o
Touro Apis era idolatrado como uma representação divina.
O bezerro de ouro também é
referido em outra passagem da Bíblia: no livro de I Reis 12, quando o reino de
Israel é dividido e o rei Jeroboão, que fica com uma parte do reino sem ser de
descendência real, cria dois bezerros para o povo adorar, e esquecer do Deus da sua tradição original.
Na linguagem corrente, a
expressão "bezerro de ouro" tornou-se sinônimo de um falso ídolo, ou
de um falso deus.
Você já se viu fabricando"bezerros de ouro" em tempos de deserto interior?