sexta-feira, 26 de agosto de 2011

51- O Boi na MPB versus A Ditadura Militar (parte 1 de 4) - Até o Boi-da-Cara-Preta?

Capa do disco de Gal Costa, Gal Vaca Profana

No final dos anos 60, a música popular brasileira atingia as grandes massas, ousando falar o que não era permitido à nação.
A ditadura militar promulgou o AI-5, institucionalizando a censura à arte, em parte por sentir-se ameaçada pela força atingida pelos festivais da MPB.
A MPB passa a sofrer amputações de versos em várias das suas canções, quando não eram totalmente censuradas. Esta censura prévia não obedecia a qualquer critério. Os censores poderiam vetar tanto por motivos políticos, ou de proteção à moral vigente, como por simplesmente não perceberem o que o autor queria dizer com o conteúdo.
Tivesse sido composta na época, a cantiga de ninar “Boi da cara preta”(1), de Dorival Caymmi, provavelmente teria sido censurada, como uma alusão ofensiva aos algozes da ditadura que tiravam o sono da gente. ( rsrsrsrs...)

Antes mesmo de deflagrado o AI-5, alguns jovens representantes da MPB já eram vistos pelos militares como inimigos do regime. Entre eles destacaram-se Caetano Veloso, Chico Buarque e Geraldo Vandré, como alvos freqüentes da censura.
Os três autores fizeram uso, dentre outras metáforas, da riqueza simbólica do boi em canções que imortalizaram a denúncia que a MPB fez ao estado de opressão e de traição aos princípios da democracia daqueles anos de chumbo.
Confira nas próximas postagens deste blog: "O Boi (na MPB) versus A Ditadura Militar".
  
NOTAS:
(1) Talvez "O Boi da cara preta" de Dorival Caymmi tenha sido inspirado a partir da tradição ibérica, onde é comum o uso de um bicho imaginário, como por exemplo a cuca, para fazer medo às crianças choronas que não querem dormir.
Lembrando a letra:
“ Boi, boi, boi
Boi da cara preta
Pega essa criança
Que tem medo de careta”
(2) Veja na postagem 19 desse blog a foto da máscara do Boi-da-cara-preta, que usei na Queda da Farra do Boi, oficina liderada pela Dra Nise da Silveira. Sobre esse evento, ler postagens iniciais de setembro de 2010.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

50- A CowParade


A CowParade tem sido um exemplo bem-sucedido de projeto artístico de cunho social desde seu início em 1999.
São estátuas de vacas em material sintético criadas a partir de uma fôrma com tamanho padrão e caracterizadas por diferentes artistas, tornando-se obras de arte únicas.
As vacas da CowParade são então expostas nos mais diversos pontos das cidades escolhidas ao redor do mundo, patrocinadas por empresas ou amantes da arte que podem bancar uma única vaca ou até todo rebanho.
Já são mais de 55 cidades e mais de 5.000 artistas que participaram do projeto. Estima-se que mais de 150 milhões de pessoas tenham visto uma dessas vacas famosas e que cerca de US$ 22 milhões tenham sido levantados para entidades beneficentes através do leilão das vacas que se realiza ao término do período da exposição. Os leilões da CowParade são então realizados como leilões de arte tradicional com o lance ao vivo.

Por que vacas?
Segundo os criadores do projeto, há algo de mágico sobre a vaca. Dizem: “A vaca representa coisas diferentes para pessoas diferentes ao redor do mundo: é sagrada, é histórica, mas o sentimento comum é de carinho. Ela simplesmente faz todos sorrirem”.
Afirmam ainda que como uma tela de arte, não existe nenhum outro animal ou objeto que forneça a forma, flexibilidade e amplitude de uma vaca.
Os autores das vacas da CowParade são pintores, escultores, artesãos, arquitetos, designers ou outras pessoas criativas e artísticas dos locais escolhidos, que tenham tido seu projeto selecionado.

E você, como gostaria de pintar sua vaca?
Que lugar você escolheria para colocá-la?

Leia os comentários e poste o seu.


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

49- O Touro de New York

 

O Touro de New York ou Touro da Wall Street é uma representação artística de grande impacto que foi absorvida pelo modelo capitalista da contemporaneidade utilizando a magia do mito ancestral do boi. Instalado em 1989 em frente ao prédio da Bolsa de Nova York, o Touro de New York é uma escultura em bronze de 3,2 toneladas, do escultor Arturo Di Módica.  Depois foi transferida para a Bowling Street, onde se encontra atualmente. 
Com sua postura agressiva, como se o touro estivesse pronto para atacar, essa escultura tem servido de simbolo para a força e o poder do povo americano, numa alusão à potencia financeira de seu país.
A obra pertence ao seu autor e tem uma autorização temporária para permanecer na cidade na categoria de “arte em empréstimo”, mas essa permissão temporária dura até o presente momento 22 anos!
Comparável em popularidade à Estátua da Liberdade, o Touro de New York é uma das obras de arte mais fotografadas da cidade tendo se tornado um ponto turístico internacional.
Em 2002, o jornal Washington Post publicou que guias turísticos de Nova York costumam dizer aos seus clientes, que os novaiorquinos acreditam trazer riqueza e boa sorte esfregar o nariz, os chifres e os testículos do touro.
Não é necessário dizer que muitos experimentam essa fezinha!

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