segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

108- Simbolismos dos Chifres dos Bois

Foto: Sebastião Salgado

Os chifres evocam os prestígios da força vital, da fecundidade. Vieram, em conseqüência, a simbolizar a majestade e os benefícios do poder real. A exemplo do deus Dionisos (1), Alexandre, O Grande, foi representado com chifres, para simbolizar seu poderio e seu gênio. 
Em hebraico “QUEREN” quer dizer, ao mesmo tempo, chifre, poder e força. O mesmo acontece no sânscrito  com a palavra “LINGA” e no latim com a palavra “CORNU”.
Nas tradições judaicas e cristãs, o chifre não só representa a força, mas tem também o sentido de raio de luz, de relâmpago. "Quando Moisés desceu o Sinai, seu rosto resplandecia" (Êxodo, 34,29) , isto é, lançava raios. A palavra raios foi traduzida como chifres na Vulgata, a tradução latina da Bíblia feita no século IV. Por isso os artistas medievais, apresentavam Moisés com chifres. 
Os chifres dos bovídeos são o emblema da Grande Mãe (2) divina. Onde quer que eles apareçam nas culturas neolíticas, seja na iconografia, seja nos ídolos de forma bovina, assinalam a presença da Grande Deusa da fertilidade.
Se o chifre do touro se prende às vezes a um simbolismo lunar (3) e, portanto feminino, pode também tornar-se um valor simbólico solar e masculino. C. G. Jung percebe essa ambivalência no simbolismo dos chifres bovinos: eles representariam um princípio ativo e masculino pela sua força de penetração; um princípio passivo e feminino, por sua abertura em forma de lira e de receptáculo. 
Reunindo esses dois princípios na formação de sua personalidade, o ser humano, assumindo-se integralmente, atinge a maturidade, o equilíbrio, a harmonia interior, o que não deixa de ter uma relação com a ambivalência solar-lunar evocada anteriormente.

NOTAS:
1) Veja postagem 35- "O Boi na Grécia (1 de 11) - Dionisos, O Filho do Boi Sagrado", de abril de 2011;
2) Veja postagem 104- "O Boi na Grécia (11 de 11) - O Touro e a Grande Mãe", de outubro de 2013;
3) Veja postagem 31- "O Mito do Touro segundo Joseph Campbell", de março de 2011;
4) Fonte: Dicionário de Símbolos, de J. Chevalier &A. Gheerbrant.

sábado, 21 de dezembro de 2013

107- Reflexão de Final de Ano, por Nelson Mandela

Foto Sebastião Salgado (2)

"Nosso grande medo não é o de que sejamos incapazes.
Nosso maior medo é que sejamos poderosos além da medida. 
É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos amedronta.
Nos perguntamos: "Quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentoso e incrível?"
Na verdade, quem é você para não ser tudo isso?
Bancar o pequeno não ajuda o mundo. 
Não há nada de brilhante em encolher-se para que as outras pessoas não se sintam inseguras em torno de você.
E à medida que deixamos nossa própria luz brilhar, 
inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo. "


(Nelson Mandela (1) - Discurso de posse, em 1994)

NOTAS:
1)   Sobre Mandela, acesse: http://pt.wikipedia.org/wiki/Nelson_Mandela;
2)   Veja ainda, nesse blog: postagens 95/96 -  "Sebastião Salgado, Fascínio da Imagem", de junho de 2013;
3)   E na próxima postagem: "Simbolismos do Chifre Bovino".