segunda-feira, 29 de novembro de 2010

9- E Agora Descartes? (2a parte de 3)


No Século XVII, era assunto consumado os animais não possuírem inteligência, sentimento e muito menos uma individualidade.
Até o início do século XX, afirmações em contrário eram classificadas como projeções antropomorfistas.
A partir dos anos 60, pesquisas científicas iniciadas duas décadas antes, começaram a produzir pistas sobre a possível existência da capacidade cognitiva e da auto-consciência no animal.
Cito como exemplo as experiências realizadas por Gordon G. Gallup, em 1970, em chipanzés adultos que comprovaram a capacidade deles reconhecerem a própria imagem no espelho.
Realizado o mesmo procedimento em seres humanos, ficou demonstrado que essa capacidade só começa a se manifestar nos bebês a partir dos dezoito meses a dois anos de idade, sendo que 30% das crianças autistas nunca a desenvolvem.
Esses resultados e outros que acenam para uma auto-consciência suscitam novas discussões éticas sobre os direitos  dos animais.
O que vigora em nossa cultura contemporânea sobre esse tema e que se reflete em benefícios a interesses econômicos, ainda se relaciona com o paradigma cartesiano.
Como disse o Dalai Lama: "A ciência é um método de ir além de visões arraigadas. Ficando preso a um sistema filosófico o cientista se torna um crente".
E agora Descartes?

REFERÊNCIAS:
‘E agora Descartes?’, O Globo Planeta Terra, outubro/2010
‘A filosofia da mente e o direito dos animais’, João Fernandes Figueira, Phd pela Universidade de Essex, Inglaterra e pós doutorado com Daniel Dennet nos EUA, Revista ‘Filosofia da Ciencia e Vida’, numero 42.

Um comentário:

  1. Mario Victor Monteiro enviou por e-mail:
    "Recebi o email abaixo. Achei emocionante e pensei em vc!"

    Inicialmente não é fácil perceber a linha e o anzol , depois fica bem claro.....O número de golfinhos, tartarugas e tubarões mortos todo o ano por linhas e redes de pesca é enorme. Até grandes baleias sofrem com isso. Ficam presos e não podem receber oxigenio, no caso dos tubarões , locomover-se. Morrem afogados. Há o caso, registrado em vídeo de uma baleia que foi salva por pescadores, recentemente. Da mesma foram que este golfinho, ela aproximou-se do barco e " mostrou" o problema....Atitudes nada irracionais e que fazem pensar bastante sobre o que a humanidade faz com os animais. Os indús estão muito mais adiantados nisso. A Teosofia, nascida na Inglaterra e sediada na India vai por aí também...
    Golfinho pede ajuda para mergulhador. Um grupo de mergulhadores que realizava um mergulho noturno em Kona no Hawaii para observar arraias mantas teve uma surpresa inesperada:
    um golfinho se aproximou de um dos mergulhadores (Keller Laros ) e calmamente mostrou sua nadadeira lateral, onde uma linha de pesca com um anzol estavam enroscados e ferindo o animal. Keller entendeu o pedido de ajuda e começou a soltar o golfinho que se manteve parado e tranquilo enquanto seu salvador o libertava. Veja no vídeo capturado por outro membro do grupo, a mergulhadora Martina S. Wing, esse emocionante resgate mostrando que os golfinhos são tão inteligentes a ponto de saber como pedir ajuda a outra espécie.

    http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=CCXx2bNk6UA

    ResponderExcluir