segunda-feira, 4 de abril de 2011

33- Vaquinha de Presépio?


Natividade (detalhe), Giotto (1266 1337)

As belas pinturas da Renascença que retratam as cenas mais importantes descritas na Bíblia, não serviram apenas para glorificar e engrandecer a Igreja Católica. Como o povo daquela época era em sua maioria analfabeto e incapaz de entender a missa em latim as imagens eram usadas como forma de expandir a “grande nova”.
No entanto, a riqueza do seu simbolismo não foi sempre ressaltada.
Como exemplo, a imagem do nascimento de Cristo em um estábulo entre animais, não só mostra a simplicidade histórica do ambiente de origem do Filho de Deus, mas também serve para acentuar a necessidade de integrar na vida o conteúdo psíquico do símbolo, isto é, o instinto.
O animal obedece a seus instintos. Ele é parte da natureza, nem bom, nem mal.Também na vida humana, a natureza básica é o instinto.
A vaquinha de presépio não está ali de enfeite!
O simbolismo animal vai estar também presente na tradição católica associado a três dos quatro evangelistas, segundo a visão da Glória de Deus tida pelo profeta Ezequiel (Cfr. Ezeq. I, 10). São Lucas muitas  vezes é representado pela figura do boi devido à ênfase dada em seu evangelho ao aspecto sacrificial de Cristo.(1)
O próprio Cristo foi relacionado ao boi indicando que mesmo o Filho de Deus integra sua natureza animal a sua natureza espiritual.(2)

Notas:
1) Sobre este tema ler postagem 31, "O Mito do Touro, segundo Joseph Campbell", de março de 2011.
2) Sobre este tema ler  postagem 11, "A Farra do Boi e o Inconsciente Coletivo - parte 1 de 2", de dezembro de 2010.
3) Ref. Bibliográfica: "Conversas com Joseph Campbell- E por falar em mitos...", Fraser Boa, Verus Editora.

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