sábado, 15 de janeiro de 2011

18- Eu e o Boi


No meu primeiro contato com o boi, o boi era simplesmente um boi. Um boi que trabalhava, que puxava carroças, que procriava e que virava comida.
Durante a infância e o início da adolescência eu passava boa parte das férias escolares visitando as fazendas dos meus avós e tios maternos. Dessa época guardo a lembrança de dois seres bovinos especiais.
Um era o Cassius Clay. Um touro preto, parrudo, bonito, cuja única função era reproduzir. Cheguei por lá em 67 dizendo que o campeão de boxe tinha mudado seu nome pra Muhammad Ali e que Cassius (o boi) também deveria mudar. Argumentei os bons motivos da troca: o não à guerra do Vietnam, o não à segregação racial... Ninguém deu a menor bola!
A outra especial era a Vaca Mochinha. Como a Vaca Mocha do Sítio do Pica-Pau Amarelo de Monteiro Lobato, ela não tinha chifres. A Mochinha era franzina e mansa como um cordeirinho. Adorava entrar na cozinha pela porta dos fundos. Espero nunca ter comido um bife da coitadinha.

 Nota:
Na foto: meu irmão Guilherme, eu e a Vó  Zila. Minha avó teve 14 filhos. Nunca mudou de penteado desde quando se casou aos 15 anos. Usava sempre um coque gordo feito com seus cabelos que iam ate abaixo da cintura.

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