As experiências repetidas
que indicavam eventos que nem sempre obedeciam às leis tempo-espaço e causalidade
motivaram Jung a buscar o que havia por trás.
Na Conferencia
pronunciada perante o Círculo de Eranos, em Ascona na Suíça, em 1951, Jung
descreve o sentimento do déjà vu como
uma forma de premonição, isto é, o conhecimento prévio a partir do sonho, mas que
também pode ocorrer no estado de vigília. Por isso não seria adequado falar de
acasos e sim de coincidências significativas, sem conexão causal, que passou a
denominar sincronicidade.
Dividiu os fenômenos
sincronísticos em três categorias segundo a relação de tempo e espaço que
ocorre entre os acontecimentos externos e psíquicos:
1- Quando há
coincidência de um estado psíquico de um observador com um acontecimento
objetivo externo e simultâneo, sem qualquer conexão causal;
2- Quando há
coincidência de um estado psíquico com um acontecimento exterior mais ou menos
simultâneo, fora do campo de percepção do observador, isto é, distante desse,
podendo ser verificada somente a posteriori;
3- Quando há
coincidência de um estado psíquico com um acontecimento do futuro, portanto
distante no tempo e ainda não presente e que só pode ser verificado também
posteriormente.
O déjà vu sob esta ótica se encaixa na
terceira categoria em que há uma distancia no tempo. A percepção da coincidência
simula um efeito retroativo através da falsa sensação de que o estado psíquico
passado possa ter sido uma experiência externa impossível de ser lembrada.
Também sugeriu que
fenômenos sincronisticos são mais aparentes quando o nível de consciência é baixo,
abaissement du niveau mental.
O físico Wofgang
Pauli pensou na explicação do fenômeno da premonição baseando-se numa suposta
ordem temporal do arquétipo, ou seja, que sabemos em nossa psique inconsciente
qual arquétipo estaria constelado de modo a se poder dizer o que virá a seguir.
Em linguagem
psicológica, M. L. Von Franz diz que se conhecemos a mais profunda constelação
arquetípica subjacente de nossa situação atual poderemos até certo ponto saber
como as coisas se desenrolarão.
Essa percepção
mesmo inconsciente pode produzir fenômenos de familiarização ou afinidades na
medida em que fatos previsíveis se sucedem.
Você lembra ter tido a experiência do déjà vu?
Marilene Sellos, via email:
ResponderExcluir"Dentro,fora,micro e macro formando um todo único, sincrônico."